Era uma vez um país com estradas de terra
batida, feitas por caravanas de animais, sem pontes para além das que se
formavam pela espontânea queda de árvores sobre os cursos de água, onde as
casas eram pouco dignas desse nome. Tinha, apesar disso, grandes engenheiros –
ou, pelo menos, assim se autoapelidavam – que comentavam com autoridade as mais
arrojadas obras a nível internacional. Confiaria nos engenheiros desse país?
Então porque é que continuamos a acreditar nos
economistas? A economia está de rastos, o país na bancarrota, a debandada é
total. E, no entanto, nunca houve tanta veneração pelos inúmeros génios da
economia que parecem existir a rodos no nosso país. A economia é,
provavelmente, a única área na qual o reconhecimento nasce independentemente
dos resultados. É tempo de dizer: “Resultados, meus senhores! Sem isso,
desapareçam!”