quinta-feira, 21 de abril de 2016

Vaca ou boi, porco ou porca, frango ou franga

Se alguém me acusar de ser sexista só pode ser porque sou feminista, nunca machista. Sempre admirei a maior resistência, resiliência, sensibilidade, prudência, inteligência, capacidade de trabalho e capacidade de sacrifício das mulheres face aos homens e por isso sempre me senti privilegiado por estar em minoria de género em minha casa, onde a razão entre mulheres e homens é de 4 para 1.

O que não entendo é que num país e num mundo cheios de problemas verdadeiramente importantes se gasta tempo e dinheiro em discutir se o cartão de identificação nacional deve manter o nome de “Cartão de Cidadão” ou mudar para “Cartão de Cidadania” porque a palavra cidadão é sexista e supostamente deixa de fora as cidadãs.

Para mim os cidadãos são homens e mulheres, não porque eu não seja sexista mas sim porque as regras da gramática assim o dizem. É uma questão linguística. Claro que se pode argumentar que quem estabeleceu as regras gramaticais o fez de um ponto de vista sexista, mas a verdade é não entendo o porquê desta “caça às bruxas” linguística quando o que verdadeiramente importa é a efetiva igualdade de género.

É um tipo de fundamentalismo que não entendo e acho ridículo. Se vamos por aí, daqui a pouco quando formos ao talho teremos que pedir carne de vaca ou boi, de porco ou porca, ou de frango ou franga.